O
silencio castiga com seus olhos de saudade
E
as lembranças chicoteiam o pensamento pelas horas infindas,
carcomidas
pelo tempo.
La
fora o vento soluça...Aqui dentro o silencio castiga.
O
negrume da noite, vestida em seu luto funeral,
traz
os fantasmas do tempo e as horas padecem num relógio desacordado.
Meu
corpo judiado sofre as dores dos punhais dos anos...
E
os ossos estalam num catre proscrito onde campeio o meu sono.
Por
vezes um grilo afina sua rebeca,
com
cordas de arame, mas o silencio proclama o seu toque final,
Almas
se encontram para prosear em silencio, mas falando de mim...
Pensamentos
vagueiam numa viagem sem tempo
e
encontra a saudade vestida de um lume sideral...
Imagens
desenham as ideias mais tolas para enfeitar as retinas...
Olhos
atentos...negrume de noite...o sono se foi!
Nas
paredes bordadas, pela tinta polida que a noite pintou,
uma
réstia de lua alumia o vazio...
O
bocejo do vento balança as casuarinas com folhas e galhos...
...e
gramas e capim... e plumas e palmas...
E
uma coruja reclama a ausência de vida para uma prosa afinal.
O
campo dorme...
...as
almas do campo dormem...
fundo
de estância longe dos meus,
procuro
sono que se cansou de mim, acordou e partiu!
Na
metamorfose da vida, que transforma sonho em saudades,
o
sono é mais um andarilho buscando um tempo para si...
e
na solidão dos meus dias, me deixa perdido nas lembranças
e
vai se encontrar nas paragens de almas andantes...
de
estradas antigas...
de
poemas escritos nos pergaminhos das noites...
de
versos ditos por ventos errantes...
por
sangas e corredeiras que cantam seu pranto nalgum fundo de mim.
Pois assim somos nós andarilhos do tempo,
caminhantes
da vida, sonhadores do mundo,
que
adormecem aos poucos para casear a poesia.
Noite
esquisita...
madrugada
grande...
acordam
as barras do dia!
Aos
poucos a vida grita ao silencio e cutuca as horas para começar tudo novamente.
O
grilo emudece...
a
coruja adormece...
o
vento reclama...
o
sono retorna...
mas
os punhais da idade me picaneiam os ossos, que me botam em pé para uma cevadura
de mate.
Fundo de campo...a lida começa para almas viventes!
Sem comentários:
Enviar um comentário