É a dor que vem da alma,
em gotas de água e sal;
e se derrama como um rio,
submerso às entranhas da
dor.
Que faz o vivente mais
bruto,
quedar-se diante de si,
e na relíquia destes
cristais,
sentir-se um pouco mais
humano.
A lágrima é mais que
magia!
(é a forma doce do
amor...)
Que vem em gotas de pranto
e transborda seu remanso,
com forças de corredeira,
onde os olhos são
cachoeiras,
deste rio que há em nós,
que sai em busca da foz,
- para novamente ser mar.
Por isso que ela é
salgada!
Por isso que ela é
cristalina!
Pois a lágrima jamais
termina,
nem que chore a vida
inteira,
Sempre haverá uma gota,
pra mais singela ocasião,
transbordando do coração,
(Mar e coração são
infinitos)
e chorar é o que faz
bonito,
diante da luz do perdão.
Quem disse que os fortes
não choram?
Quem disse que chorar é
fraqueza?
basta olhar para a
natureza,
onde até os bichos
imploram...
- Talvez num jeito animal,
que só de pensar me
arrepia,
vendo uma cena bravia...
da morte que vem na parelha,
onde, até um touro se
ajoelha,
chorando a dor, da
sangria.
Por isso que, às vezes,
choro,
...e chorar até me faz
bem,
porque me solto das
amarras,
que me prendem a
ignorância.
- Se, aprendi quando
criança,
que homem que é homem não
chora,
alheio a própria razão...
(da vida maula que medra)
só não chora quem tem uma
pedra,
no lugar de um coração.
Pois não há forma mais
doce,
quando um amigo abraça chorando,
ou um coração se
aliviando...
num adeus de despedia;
Vão cicatrizando as
feridas,
e a lágrima parece que
cura,
a dor mais triste das
criaturas,
que se fecham no seu luto.
O luto que a noite
retrata,
(fechada em véus de
negrume),
mas ainda traz o perfume,
que inunda campos e matas,
fazendo, me dar por conta,
quando a lua some de vez,
que o céu também é
pequeno,
goteando lágrimas de
sereno,
da noite chorando a
viuvez.
Então porque não chorar?
Porque não se inundar de
pranto?
Se, a lágrima tem o poder,
de lavar as almas
pecadoras,
que se acham defensoras,
deste barbarismo cruel...
(que ainda existem ao
nosso lado),
se até o Cristo,
crucificado,
Chorou as lágrimas de mel!
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