Tenho saudade do tempo em que
palavra era contrato...
E que respeito não se ensinava nas escolas,
mas no exemplos dos Pais;
Em que a mulher, ainda que submissa,
tinha o respeito no olhar de todos...
E os Homens, apesar de sua rudeza,
sabiam até onde poderiam chegar...
Há! tenho saudade...
da simplicidade da minha gente.
do sorriso num café da manhã,
na volta de um fogão de lenha...
O guerrudo de milho,
o pão de forma quentinho,
o leite morno, na mangueira,
(num velho bule enfumaçado).
Tenho saudade, sim!
Porque saudade faz bem e
faz a gente viver novamente,
nem que seja em pensamento,
nem que seja de coração apertado,
nem que seja nos velhos retratos,
já amarelados pelo fiapos do tempo.
Tenho saudade de um beijo na mão,
na hora da bênção...
dos joelhos dobrados na oração da
Ave Maria...
de ouvir as cantigas na varanda
das casas grandes.
das mesas fartas, nas colheitas
a foice, na messe do trigo.
Tenho saudade, sim!
Porque não sentir saudade do que foi bom?
Porque não ter lembranças?...
se as lembranças afagam a alma,
acalentam os sonhos...
e caseiam um coração?
Hoje, quando vejo tanta regra,
Normas de uma sociedade desregrada,
sem respeito e sem sonhos!
Onde a mulher virou objeto...
o Homem perdeu o valor,
os filhos mandam nos Pais...
e até a mentira vira verdade;
Pois a verdade anda escassa nos olhos,
e distante dos corações.
Num tempo em que ninguém tem tempo;
Onde as fotos antigas, derrubam lágrimas,
as palavras esquecidas,
são rebenqueadas como lembranças,
os ditados tão simples e tão nossos,
correm de boca em boca;
Sinto que o que é bom não se esquece,
E que o mundo em que vivi foi bem melhor
E é por isso que posso dizer:
- Eu sou feliz...
e vivo da minha saudade!
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