quarta-feira, 2 de agosto de 2017

A dor da palavra!

A palavra fere...
rasga... sangra!
Tem força de vento,
de mil temporais!
É lúdico incauto,
peso de canga...
que prende aos conceitos,
os valores racionais.

A palavra que lavra,
a sentença na linha,
no rastro da tinta...
no contorno da mão;
Tem forma deforma,
em jeito e tamanho,
...latente momento...
na "friêz" da ocasião!

Enchente de verbos...
Sujeitos ocultos,
Metáforas brandas
em frases polidas;
Simplesmente palavra,
tão solta e tão  só...
Em tons de fonemas,
aprendizados pra vida.

Na mão que desliza,
na plenitude da cena,
metamórfica liberdade,
pelo bailado da pena,
Refaz sentimentos...
(uma angústia macabra)
transformando em frases,
a escravidão da palavra.

Num tempo sem tempo,
tão velho e tão gasto,
com verbos adormecidos,
em alfarrábios sem cor...
Sucumbindo ao silêncio,
pelo negrume das letras,
empoeirando estantes...
Nalgum frio corredor!
  
A palavra mais dura,
que não vem na escrita,
é a que calam as bocas,
que por vezes não ditas,
sufocam os sentidos...
por almas pequenas,
ou enfeitam os ouvidos,
nas entrelinhas dos poemas.

Do verso ao reverso...
da semântica escrita,
A pleonástica linguagem,
verbalização do tempo,
miscelânea de formas,
sem normas e regras...
que trazem as palavras,
quando soltas ao vento.

A palavra fere...
como lâmina, ferida;
de bocas erre ondas,
na insensatez da vida;
Por vezes se agiganta,
na estupidez de quem fala,
fomentando a garganta,
e humilhando quem cala!

Palavra que rasga...
qual corte profundo,
qual pedra que esmaga,
a humildade do mundo!
Depois que se solta...
em frases mal ditas,
(é bala que queima)
na pele da escrita.

Palavras não ditas...
Em gritos calados,
Vão ferindo a escrita...
Em seus predicados;
Metáforas inconstantes,
De sonhos e desejos...
De amados e amantes,
De carícias e beijos!

Palavra que sangra,
com dor latente...
remorso proscrito,
no peito da gente,
Força de um ódio,
que o tempo não apaga,
chorando a tristeza...

Na dor da palavra!

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