quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Onde foi o meu erro?

Chorei como choram as crianças...
Que perdem a esperança no mundo que tem!
Chorei como choram os aflitos...
De um mundo proscrito, tão longe do bem!
Que mundo deixarei para os meus,
Onde os filhos de Deus, não se olham como irmãos,
Onde a ganância de fortunas inatas,
Ao pobre maltrata sem piedade ou perdão!

Quanta dor ao ver tais imagens...
Ofuscadas na paisagem de um mundo cruel,
Onde um filho chorando a desgraça,
A um corpo se abraça, com lágrimas de fel!
Não entendo a cobiça dos homens...
Que rebuscam da fome na inércia do mal,
Vendo tantos corpos mutilados,
Deste mundo condenados sob o peso da cal.

Onde foi o meu erro?
Porque carrego essa dor?
Nessa estupidez das guerras,
Em cada corpo que enterra,
Morre um pouco do amor!

Chorei como choram os inocentes...
Qual menino carente, na dor que maltrata,
Desfazendo o eterno ciclo da vida...
Vendo a Mãe estendia, na fome que mata.
Choro por saber que humanidade...
Consome-se na vaidade do mundo dos ateus,
E as mesmas bocas que confessam,
São aquelas que professam em nome de Deus!

Chorei com lágrimas ressentidas...
Por esperar da vida a simplicidade do amor,
Busquei em cada olhar, cada sorriso,
O mundo que preciso para a beleza da flor,
Trago pela força das palavras...
A terra fértil que lavra a brotação da semente,
E deixo a cada um que me escuta,
E esperança na luta por um mundo diferente.

Onde foi que eu errei?
Se este erro me consome?
Há tantos que preferem a dor,
De viver num mundo sem amor,
De viver da ganância dos homens!

Chorei como choram as viúvas...
Que nas noites de chuva se consomem em pranto,
Deixei em cada palavra já dita...
Uma fase descrita das incertezas do campo!
Falo como falaram os profetas...
Com palavras discretas, mas com força de luz,
Clamei como clamaram os Joãos,
Implorando o perdão sob os pés de Jesus!

Grito como gritavam os guerreiros...
Num clamor derradeiro contra dor da tirania,
E busco pela palavra dos santos...
A pureza de um canto para ajudar os meus dias.
Faço de cada frase confessa...
Os sinônimos da pressa que apressa um algoz,
E tiro pelo bico das penas...
A força dos poemas que ainda gritam em nós!

Onde foi o meu erro...
Se é que um dia eu errei?
Pois fiz de cada poesia,
Uma forma de rebeldia,
Pelos sonhos que sonhei!

Chorei com a força da palavra...
Que fizeram mentes escravas seguir por rumos incertos,
Loucos com discursos profanos...
Que sacrificaram humanos deixando campos desertos.
Senti a dor da punhalada...
Quando vi pela estrada gente vivendo como bicho,
E sob o mármore das igrejas,
A mesma dor e a incerteza dos sobreviventes do lixo...

Chorei e ainda chorarei mais...
Enquanto não reinar a paz ao redor o mundo inteiro,
E aqueles que se acham donos...
Sucumbirem no seu trono no mesmo sono derradeiro,
Talvez ai, eu me encontre...
Sentado no topo de um monte rodeado de vida e de flor...
Assistindo o meu próprio enterro,
Descobrindo que não tive erros, pois sempre acreditei no amor!

Sem comentários:

Enviar um comentário