Não...eu não queria ter crescido!
Se eu pudesse voltar no tempo,
Para guardar todos os momentos,
E o brinquedos que eu mais queria,
Que, por anos, me deram alegrias,
De ser feliz com o que eu tinha...
Brincando em meu quarto, sozinha,
Fiz o meu mundo de fantasias.
Quando ganhei a primeira boneca,
Eu tinha uns três ou quatro anos...
Tão linda, minha boneca de pano,
Com seus cabelos encaracolados,
Olhos de botões, esverdeados...
Bochechas gordas e rosadas...
Ele era uma princesa, encantada,
Que dormia ali, do meu lado!
Depois vieram, outras e outras,
Umas grandes, outras pequenas,
Todas feitas de panos e rendas...
Das costuras que a Mamãe fazia,
Que no meu mundo de fantasias,
De menina encantada, inocente,
Elas eram uma parte da gente...
Que tinha o encanto e a magia.
No meu quarto criei castelos:
Iguais os que a Mamãe contava,
Onde até o criado mudo, falava,
Com suas “estórias” fantasiosas,
Para alguma boneca, chorosa...
Vir-se derramar em prantos,
Até eu ninar com o meu canto,
Onde adormecia, dengosa!
Eu tive muito trabalho...
Para cuidar de tantas bonecas,
Uma choronas, outras sapecas,
Umas sorrindo, outras cantando,
Às vezes elas ficavam escutando,
Guardando ali, nossos segredos,
Cumplices de sonhos e medos,
De um tempo que, foi passando.
Hoje não tenho mais as bonecas,
Mas sinto muita falta delas...
O que a vida, hoje, me atrela,
No viver do meu dia a dia...
Me tirou toda essa magia,
Da inocência de uma criança,
Que viu o seu mundo na distância,
Com tudo o que eu mais queria.
Às vezes fico pensando:
- Por que as pessoas crescem?
Depois com o tempo, esquecem,
Do seu mundo, do seu passado,
Vivendo os sonhos guardados,
Pelas angústias e os medos,
Escondidas entre os segredos,
Que ainda vivem à seu lado!
Pois eu, jamais esqueço...
Daquela minha vida sapeca,
Meu mundo entre as bonecas,
E retalhos de colchas coloridas,
Que foi a minha história vivida,
Numa infância terna e doce...
Talvez esse tempo, até fosse...
Os anos mais felizes da minha vida!
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