quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Constatação!
Por que me chegas, senhor inverno,
com a sua frieza irritante?
Por que não avisas a tua chegada,
se não tem, à mim, minha amada,
se não tem, à ela, eu amante?
Por que me chegas, senhor inverno,
com sua cara branca de geada?
ventos ventando em ninhos...
labaredas e taças de vinho,
vinham para serem amadas!
Inverno, que hiberna sonhos,
Sonido de taças e estalos...
Badalam palavras ao vento,
Hora sonho, hora tempo...
Hora oração, sinos e badalos.
Foram tantos outros invernos,
Na quentura da tua boca...
Mãos de caricias, amorenadas,
Línguas e palavras sussurradas,
Vida viva...vida louca!
Me deixa, senhor inverno,
na solidão do meu ninho,
cheiro de mofo e fumaça,
imagens deformam a vidraça,
golpeado aos goles do vinho.
Fantasmas dançam silentes,
bailando ao véu das cortinas,
A saudade que crava as unhas,
sem vida e sem testemunhas...
parece que jamais termina.
Chega de mim, senhor inverno,
com seu olhar rabugento...
meus ossos ringem de dor...
meu peito sofre de amor...
meu mundo é só sentimento!
Olhas pra mim, senhor inverno,
e por favor, tenhas dó!
Deixes de ser maldoso...
Não maltrates um pobre idoso,
que preferiu viver só!
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