quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Quando eu morrer!
Quando eu morrer, não chore!
Nem lamente a minha partida,
Lembra-te o que fui nesta vida,
E das coisas boas que eu já fiz...
Pois há um ditado que diz:
“A morte não vem em vão,
Nem morre que vive num coração,
E viveu esta vida para ser feliz”!
Quando eu morrer, não clame!
Nem fale dos momentos ruins,
Por certo não será o meu fim...
...que me fará um sujeito, melhor!
Lembra das minhas gotas de suor,
Lutando contra a cruel tirania...
Dos que tentam sufocar a poesia,
Com o que mundo tem de pior.
Quando eu morrer, sorria!
Com aquele sorriso encantador,
Pois quem, nesta vida, semeou amor,
Pela inquietude dos versos...
Viajando em sonhos dispersos,
Nas folhas brancas de um papel,
Fez deste mundo, o céu...
Para ser lembrado no universo.
E quando virem as lágrimas...
Deixa que elas saiam...
Deixa que elas caiam...
No silêncio mais profundo,
Recolhido a paz d'outro mundo,
Eu estarei em teus braços...
Com o mais afetuoso abraço,
Desse teu amor fecundo!
Pois lá onde estarei agora...
Tanto estarão junto comigo,
Os velhos e antigos amigos,
Que um dia já foram embora,
Talvez por ter chegado a hora,
(Se é que há hora, na outra vida),
Mas ficarão lágrimas, na partida...
De alguém que, por mim, ainda chora!
O dia que eu morrer, será assim!
Mesclado de versos e de cantos,
Com gotas de lágrimas e prantos,
Mas sem gritos e sem clamor...
Que cada um tenha a sua dor,
Na mais contrita oração...
Quero vida na voz de um violão,
Na garganta de algum cantador!
Pra que a noite fique pequena,
Quero cordeonas e guitarras,
E que seja uma noite de farra,
Com canha e tragos de vinho,
Pois não quero partir sozinho...
Sem ao menos uma despedida,
...de alguma china atrevida...
Que foi feliz com meu carinho.
E na hora de fechar a campa,
Quero umas folhas em branco,
E um pasto verde do campo...
Juntos com tuchos de macega,
Rosetas, juncos e pega-pega...
Grudados ao pano da bombacha,
Pois se a outra vida for buenacha...
Que sorte, a morte me entrega.
Quero uma vez por ano...
Que todos lembrem de mim!
Mas não que seja o meu fim,
Pois estarei na eternidade...
Sentado no trono da verdade,
Tomando um mate, com Deus...
E deixando no peito dos meus,
Apenas a dor da saudade!
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