Não... não é por medo das
cobras,
Que um taura se
enforquilha...
Nem pra contemplar a
coxilha,
Quando a saudade lhe
cobra,
É por que um ventena se dobra,
Na xucra sina dos malos...
E vai tenteando no embalo,
A tirar do lombo, o
vivente,
E só o calor das sete
dentes,
Para dobrar um cavalo.
Não pensem que esses
potros,
Se aporreiam por
direito...
Não pensem que há outro
jeito,
Quando vem um e vai
outro...
Os bichos já nascem
marotos,
Com rebeldias de
ventenas...
E um taura não pode ter
pena,
Porque esta lida é
ingrata...
E só o peso de um tala
chata,
E um talarear de chilenas.
Ninguém tem cimas de
“loco”,
De brincar com o que é sério...
Mas é triste a sina do
gaudério,
Que, da montaria faz
pouco...
E quando arruma um choco,
N’algum ninho de macega...
É porque o bocudo se pega,
Jogando a vida com a
sorte...
De pronto toureia a morte,
Que por ser bruxa, renega.
Por isso aprendi desde
cedo,
A tirar coscas dos
maulas...
Que não se prendem em
jaulas,
Tão pouco guardam os
medos,
Mas quando a força dos
dedos,
Se entrelaçam numa
trança...
Um taura traz de
herança...
O aprendizado dos antigos,
E se vai toureando o
perigo,
Pelos costumes que avança.
Mas um dia a sina
maleva...
Dessas que chegam de
manso,
“Balança a cola do
ganso...”
E quase conheci as trevas,
Pois o tempo em que se
leva,
Entre a vida e a morte...
É como uma xerenga de
corte,
Atorando um tento macio...
Sentindo a angustia do
fio,
Fraquejando a sina dos
fortes.
Naquela segunda feira,
Eu voltava de um cambicho,
Depois de dias num
bolicho,
Carteando a vida em
borracheira,
Perdi tudo nas carreira...
Nesses picholeios de
domingo,
Restou-me o poncho e o
pingo,
E o rumo grande, das
casas...
Mas quando um peão se
atrasa,
É triste ver os respingos.
Cheguei na estância
cedito,
Com sol de meia braça...
Andava jogado às traças,
Por um romance esquisito,
Desses de se ficar solito,
Contemplando noites e
luas,
Co’a alma sentindo-se nua...
De uma saudade medonha,
Que a gente sempre sonha,
Tenteando ao golpe das
puas.
Bocal, tento e rendilha...
E a coragem de contra
posto,
Quem monta sempre por
gosto,
Não pode refugar encilha,
Mas enfrentar uma
tordilha,
Depois da noite comprida,
É sentir a alma partida...
De um corpo esgualepado,
Que há muito já vem
judiado,
Pelos tironeios da vida.
São dois loucos em
desatino,
Sentindo os golpes, à
puaço...
Sustentando o corpo no
braço,
Sofrendo o mesmo destino,
O mango em notas de um
hino,
Vai contraponteando ao
vento,
Externando um sentimento,
Sarandeando no mesmo
embalo...
Um taura, solito e um cavalo,
Numa tora de
fundamento!!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário