A madrugada boceja versos,
Na goela farta dos
ventos...
Retrucando os sentimentos,
Que madrugaram comigo...
"Cosas" de um
tempo antigo,
Que vão se apagando na
memória,
Um dia, talvez, serão
estórias,
Para serem contadas aos
amigos.
Os mates não são os
mesmos,
A erva já perdeu o
gosto...
E as rugas fartas de um
rosto,
Faz o tempo não ter pena,
E a vida cruel nos
condena...
A um tempo de reflexão,
Onde os momentos de
solidão,
São potros que a gente
enfrena.
Já tive cismas de
andejo...
E já andei por muitas
distâncias,
Talvez, sem dar a
importância,
Pois tudo é perto ao
campeiro,
Quando um coração
caborteiro,
Pateia dentro de um
peito...
Qualquer horizonte é
estreito,
À quem tem alma de
fronteiro.
As tropas sumiram ao longe...
Num grito de eira boi,
E o tempo bom que se foi,
Ficou perdido na evolução,
Onde o poder e a razão...
Vão ditando normas e
regras,
Que até o mais rude se
entrega,
Meio de cabresto na mão.
Às vezes... fico cismado!
Com minha própria
indagação,
E busco na fé de um
galpão,
Meu templo, santo e
sagrado,
Num terço bem
caprichado...
Vou relatando meu
calvário,
Tendo as esporas de
rosário,
E o Criador ao meu lado!
Porque que a vida é assim?
Porque que a idade se
aporreia?
E vai, nos prendendo em
maneias,
Com trança de oito
tentos...
Só não prende os
sentimentos,
Que a alma guarda de
jeito,
Para um dia repontar do
peito,
Como nuvens no firmamento.
Sei que o mundo é outro!
E a vida, hoje, tem
pressa...
Ninguém sabe como começa,
Tão pouco quando termina!
O que a natureza nos
ensina,
Ninguém consegue aprender,
Se, a cada dia, há um
ser...
Morrendo pelas esquinas.
Tiraram-me o pingo e o
arreio,
Porque a idade me
afronta...
Mas não estão se dando
conta,
Que a morte é a própria
solidão,
Ficou-me o silêncio, a reflexão,
E as madrugadas por
regalo...
Pois um campeiro sem
cavalo,
É um corpo sem coração.
Então não me resta mais
nada,
Já me condenaram ao fim...
Pois todos olham pra mim,
Com olhos esbugalhados...
Mas esquecem, que no
passado,
Enfrentei a ira dos tiranos...
E corri com os
castelhanos,
Que se adonavam do estado.
Mas isso pouco importa...
Herdaram uma Pátria livre,
E a cada um que aqui vive,
Ficou um pedaço de chão...
Faça uma breve reflexão,
Antes de o corpo virar
pó...
Não deixe um campeiro só,
Antes de fechar o caixão.
Sem comentários:
Enviar um comentário