A vida é sopro divino na
boca dos sentimentos,
É luz de vela que apaga ao
primeiro beijo do vento,
São carícias matutinas no
âmago de cada ser...
Que descobre com o tempo,
o quanto dói um perder!
Quando me tornei Mãe, foi
assim!
Embalei nos braços, os
sonhos que não eram só meus,
...amamentei no peito, que
não tinha, a fome de uma boca faminta,
embalando os sonos mais
profundo, sem me importar com o mundo,
vestindo de caricias as
bochechas rosadas, com roupas e talcos...
afogando as palavras em
linguagens sutis, que me acostumei,
pois eu me tornava a vida,
na vida do amor que ganhei.
Sonhamos juntos, tantos
sonhos, sonhados!
Tantos beijos roubados no
afagar das retinas,
Imagens constantes de
desenhos coloridos,
rebuscando palavras para
adocicar as bocas,
de um amor crescente que se
tornaria eterno,
tartamudeando caricias
para enfeitar os dias...
na espera incontida de
primaveras floridas...
alimentado num ventre,
quarto de lua, crescente,
que mais parecia ser
cheia.
Redescobri madrugadas para
rondar o teu sono...
Tive ânsias e enjoos para
não deixá-la sozinha,
Comi coisas estranhas para
matar os desejos,
E sentia dentro de mim a
vida que não era minha!
Dobrei os panos do tempo
enxovalhados de amor,
pus talcos e mamadeiras...chupetas
e pingentes...
e uma tiara de lua
minguante para prender os cabelos,
esperando por aquele choro
para ser vida na gente!
E veio o meu sorriso... a
felicidade de todos nós...
mas as lâminas do destino
são como felpas, na dor,
e a vida que brotava aos
prantos sem saber porque vinha,
levava outra, sem pena, de
nos deixar sem amor!
O sengue no lençol, a dor
sem nem um choro...
As batidas sem compasso,
sem saber porque paravam,
Enquanto olhos se
espantavam, buscando qual a razão,
Ia calando um coração,
deixando tantos que a amavam!
Quando me tornei Mãe, foi
assim!
Descobri que em cada gesto
que não fiz...
...em cada palavra não foi
dita,
...em cada amor que calei,
...em cada beijo que não
dei,
...em cada abraço que não
quis,
são punhaladas que ficam
rasgando a carne da gente,
sangrando em olhares
perdidos na dor de uma saudade.
Larguei o mundo que tinha!
para me tornar o que não
era...
E embalei nesses braços o
amor que era nosso,
mesmo sabendo que o tempo,
às vezes, se faz de louco,
e fica me enchendo os
olhos de uma tristeza incontida...
com a imagem dela
refletida, num par de olhos azulados!
Que culpa tem uma vida, se
outra vida foi chamada?
Se a gente não escolhe o
dia, pra morte se fazer presente?
talvez ao tempo, até
entenda, as frases que vêm escritas,
e a sina que carregamos de
cuidar o que é da gente!
A vida é sopro divino na
boca dos sentimentos,
é luz de vela que apaga ao
primeiro beijo do vento,
São carícias matutinas no
âmago de cada ser...
que descobre com o tempo o
quanto dói um perder!
Quando me tornei Mãe, foi
assim!
Não escolhi...fui o
escolhido!
Com o coração dividido, de
uma chegada e uma partida,
entendi o preço da vida e
a cruz que se carrega...
Mas Deus, Te olha e Te
entrega,
Sem preguntar se é ao teu
gosto,
Depois Te dá forças, Te Dá
motivos...
E Sabe que enquanto tu
permaneceres vivo,
terás muitos caminho para
percorrer...
Enxugando as lágrimas e as
tristezas que trago...
em cada sorriso em que teu
olhar me revela...
eu tento, aos poucos,
suportar essa ausência...
embora sabendo que há um
vazio de espera.
E a vida se refaz pelos
semblantes de mundo,
nostálgicos pesares em
dois olhos sem brilho,
Recompus os caminhos de um
Pai verdadeiro...
Quando me tornei Mãe, para
ser vida,
na vida do meu filho!
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