Quando eu morrer, não
chore!
Nem lamente a minha
partida,
Lembra-te o que fui nesta
vida,
E das coisas boas que eu
já fiz...
Pois há um ditado que diz:
“A morte não vem em vão,
Quem deixa amor num
coração,
Não morre parte pra viver, feliz”!
Quando eu morrer, não
clame!
Nem fale dos momentos
ruins,
Por certo não será o meu
fim...
...que me fará um sujeito,
melhor,
Lembra-te das minhas gotas
de suor,
Lutando pra ser melhor cada dia.
Vivendo e dando vida à poesia,
Esqueças o que mundo faz de
pior.
Quando eu morrer, sorria!
Com aquele sorriso encantador,
E lembra-te de quem semeou
amor,
Pela inquietude dos
versos...
Viajando em sonhos dispersos,
Nas folhas brancas de um
papel,
Fez o seu mundo, o próprio
céu...
Para ser lembrança no
universo.
E quando virem as
lágrimas...
Deixa que elas saiam...
Deixa que elas caiam...
No silêncio mais profundo,
Recolhido a paz deste
mundo,
Eu estarei entre teus
braços...
No mais afetuoso abraço,
Desse teu amor fecundo!
Lá onde estarei agora...
Estarão tantos junto
comigo,
Os velhos e antigos
amigos,
Que um dia já foram
embora,
Talvez por ter chegado a
hora,
(Se é que há hora, na
outra vida),
Deixando lágrimas na
partida...
De alguém que ainda chora!
Quando eu morrer, será
assim!
Mescla de versos e de
cantos,
Gotas de lágrimas e de
prantos,
Mas sem grito e sem
clamor...
Que cada um tenha a sua
dor,
Na mais contrita oração...
Tendo vida na voz de um
violão,
E na goela de algum
cantador!
Pra que a noite fique
pequena,
Quero cordeonas e
guitarras,
E que seja uma noite de
farra,
Com canha e tragos de
vinho,
Pois não quero partir
sozinho...
Sem ao menos uma
despedida,
De alguma china
atrevida...
Que foi feliz com meu
carinho.
E na hora de fechar a
campa,
Ponham, umas folhas em
branco,
E um pasto verde do
campo...
Juntos com tuchos de
macega,
Quero juncos e
pega-pega...
Grudados ao pano da
bombacha,
Se a outra vida for
buenacha...
Que a morte, logo me
entrega.
Quero uma vez por ano...
Que todos lembrem de mim,
Mas não que seja o meu
fim,
Pois estarei na
eternidade...
Sentado no trono da
verdade,
Tomando mate com Deus...
E deixando no peito dos
meus,
Apenas a dor de uma
saudade!
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