Os tempos eram outros... eu sei bem!
A História escrita com sangue de gente
Mapeava os campos a ponta de cascos
E desenhavam fronteiras no sul do continente.
A força da palavra que apartava os iguais,
Na injusta justiça de tirar o pai dos filhos...
Para pelear pela vida ou apenas ideais
Erguendo bandeiras para novos caudilhos.
Senhores do tempo, de estampa torena,
De grandes melenas e envoltos em trapos,
Desfilavam a rudez das vidas macabras...
Acreditando nas palavras, pobres farrapos!
Tropas estendidas pelos charcos da pampa,
Num horizonte tingido por aves daninhas...
Que faziam da guerra batalhas nojentas...
Com ideias sangrentas que não vêm sozinhas!
E um nome estampava as cores da guerra,
Senhores da terra com forças de vento...
Na República caudilha, o rastro do sangue,
Um amor ao Rio Grande nas tropas de Bento.
Senhor implacável, General de a cavalo...
Empunhando a espada entre lágrimas e suor,
E a pátria bendita de um sul de continente...
Voltava-se ao presente de um tempo melhor.
Empunhando a espada entre lágrimas e suor,
E a pátria bendita de um sul de continente...
Voltava-se ao presente de um tempo melhor.
E o tempo das guerras ficou na memória,
Nos livros de história, senhores do tempo...
E tantos caudilhos, com amor pela terra,
Ergueram estâncias nos rastros de Bento.
Enquanto peões, de ranchos barreados...
Povoaram os campos, fartura de outrora,
Cinchando o progresso, a riqueza do estado,
Golpeando potros pelo aço da espora.
Birivas tropeiros, de bruacas recheadas,
Abriam picadas nos mapas das serras...
Erguendo povoados no beiral das estradas,
Que os cascos das mulas deixavam na terra.
E nas sombras copadas de chapéus de palhas,
Senhores do tempo sem tempo de agora,
Cortavam horizontes como fios de navalhas,
E encurtavam os sonhos no aço da espora.
Os tempos eram outros... eu sei bem!
Tantos que acreditavam num tempo melhor
Estátuas erguidas, pelas praças povoadas,
Mostravam um Bento com olhos de herói!
E os homens do campo, de poncho empoeirado,
De chapéus copados pelo rastro das tropas...
Assistiam ao progresso, em campos cercados,
De esporas calçadas no "garrão" das botas.
O mundo melhor, das promessas de Bento,
Não veio aos netos dos farrapos sem nome,
Que, hoje, ainda choram as desgraças herdadas,
No beiral das estradas, nas fileiras da fome.
E a história contada pelos livros de luxo...
Nas folhas timbradas pelo amarelo do ouro,
Talvez esqueceram de dizer aos gaúchos...
Que o tempo não seca as lágrimas de choro.
Foram-se as tropas de homens e bichos...
E sobraram os barracos expostos ao tempo,
Onde os netos da guerra sobrevivem do lixo,
Ouvindo as promessas dos netos de Bento.
E lá, mais adiante, pelo frio das calçadas,
Vendo o corpo do filho estirado ao relento,
A desgraça estampada de uma mãe que chora,
Na sombra da espora, da estátua de Bento!
Nos livros de história, senhores do tempo...
E tantos caudilhos, com amor pela terra,
Ergueram estâncias nos rastros de Bento.
Enquanto peões, de ranchos barreados...
Povoaram os campos, fartura de outrora,
Cinchando o progresso, a riqueza do estado,
Golpeando potros pelo aço da espora.
Birivas tropeiros, de bruacas recheadas,
Abriam picadas nos mapas das serras...
Erguendo povoados no beiral das estradas,
Que os cascos das mulas deixavam na terra.
E nas sombras copadas de chapéus de palhas,
Senhores do tempo sem tempo de agora,
Cortavam horizontes como fios de navalhas,
E encurtavam os sonhos no aço da espora.
Os tempos eram outros... eu sei bem!
Tantos que acreditavam num tempo melhor
Estátuas erguidas, pelas praças povoadas,
Mostravam um Bento com olhos de herói!
E os homens do campo, de poncho empoeirado,
De chapéus copados pelo rastro das tropas...
Assistiam ao progresso, em campos cercados,
De esporas calçadas no "garrão" das botas.
O mundo melhor, das promessas de Bento,
Não veio aos netos dos farrapos sem nome,
Que, hoje, ainda choram as desgraças herdadas,
No beiral das estradas, nas fileiras da fome.
E a história contada pelos livros de luxo...
Nas folhas timbradas pelo amarelo do ouro,
Talvez esqueceram de dizer aos gaúchos...
Que o tempo não seca as lágrimas de choro.
Foram-se as tropas de homens e bichos...
E sobraram os barracos expostos ao tempo,
Onde os netos da guerra sobrevivem do lixo,
Ouvindo as promessas dos netos de Bento.
E lá, mais adiante, pelo frio das calçadas,
Vendo o corpo do filho estirado ao relento,
A desgraça estampada de uma mãe que chora,
Na sombra da espora, da estátua de Bento!
Sem comentários:
Enviar um comentário