quarta-feira, 7 de agosto de 2024

De Filho pra Pai!

 

Pai, o senhor me ensinou,
desde o primeiro abraço,
qual o tempo é o espaço,
de que sempre me amou...
E todo o tempo que passou,
desde o meu primeiro dia,
seriam, afagos de alegria...
guardadas dentro da gente,
que se fariam presentes...
No mundo que eu teria.

Vieram dias a contragosto,
e aos poucos fui crescendo...
Pelo tempo, aprendendo,
as alegrias e os desgostos...
Quando via em seu rosto,
os sulcos marcados da dor...
Mas sempre o mesmo valor,
Carinho, afago, compaixão,
e me carregastes pela mão...
com seu exemplo de amor.

Aos poucos fui entendendo,
que é o amor que constrói...
E um Pai torna-se o herói,
mesmo quando não está podendo,
Se por dentro está sofrendo...
as dores e percalços da vida,
Por fora, a dor escondida,
de um coração em pedaços,
Sobra o conforto do abraços,
embora as chagas e feridas.

E a gente vai ganhando asas,
e o Pai fica lá na distância...
tudo o que se aprende na infância,
(os bons exemplos de casa)...
se apagam com frias brasas,
O Pai vira um velho, antiquado,
...que vive lá no seu passado...
não sabe nada da evolução,
Careta, antigo, sem noção...
Apenas um pobre coitado.

O tempo cobra o seu preço,
...(preço da dor da consciência),
e o Pai com a sua experiência,
Então volta tudo ao começo...
Vê nos netos o novo recomeço,
pras suas experiências de vida,
Lembrando estórias esquecidas...
Que os filhos não querem ouvir,
tentando novamente, construir...
A vida que fora perdida.

O Pai, que é filho envelhece,
tendo seu Pai mais distante,
O Avô já não se vê o bastante,
nos netos que também crescem,
E o ciclo da vida nos parece...
uma roda que nunca descansa,
O peso importante da balança,
Nos deixa, pela longa idade...
E o Pai então vira saudade,
Levando a mais rica heranças.

Agora choram a sua ausência,
Lembrando momentos vividos,
Alguns, de coração partido...
outros é a dor da consciência,
Tiveram toda uma existência,
para estarem junto aos Pais...
- mas eram momentos banais...
“Ele não vivia no mundo da gente”,
Ficou no passado... e o presente?
...o presente roubou, nunca mais!

Tenho pena de quem viveu...
Não tendo o Pai, ao seu lado!
ou destes que estão condenados,
num asilo, que o filho esqueceu,
Pois hoje, eu queria ter o meu...
e voltar a ser guri novamente,
Talvez faria tudo diferente...
Pararia no tempo e no espaço,
para ter o calor de um abraço,
e o Pai aqui junto da gente.

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