sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Ao Mestre Chiquinho!

Nesta faculdade campeira,
Foi mestre na arte do verso,
Fez do campo, teu universo,
Tropeiro da Xucra rima...
Com o céu caindo por cima,
E a poesia dentro do sangue,
Reescreveu este Rio Grande,
Na mais bela obra prima!
Quando retiravas da alma...
O que só a tua alma sentia,
Nos emanava de poesia...
A quem seguia teus passos,
Sentindo a força do braço,
Como tranças de couro cru,
É porque poetas como tu...
Nesse mundo são escassos,
Um poeta jamais morre,
Na mente dos seguidores...
Quais à mim, admiradores,
Que da poesia, se deleita,
Verso bom, rima perfeita...
Iluminando os pergaminhos,
Que só tu, Mestre Chiquinho,
Poderia fazer tão bem-feita!
Por isso que a tua ausência,
Calou o peito de tantos...
Olhos marejados de pranto,
Bocas sedentas de poesia...
Ainda choram na lápide fria,
Onde o teu corpo descansa...
Sabendo que ficou de herança,
O teu versejar como guia!
Teus versos vivem nos livros,
No aconchego das memórias,
E ainda escreverá a história,
Do Francisco Sales Poeta...
Pois a tua vivência completa,
Desde o menino ao mestre,
São como as flores agrestes,
Com suas cores prediletas.
E tudo que aqui deixastes,
Pelas ruas de São Francisco,
Por certo ainda me arrisco,
A dizer com a mesma gana,
O teu verso nunca me engana,
A tua história está contada,
Nas duas terras sagradas...
São Chico e Manoel Viana.
Sei que chegaste no céu...
Como quem chega num upa,
Levando na mala de garupa,
Teus alfarrábios escritos...
Talvez os versos mais bonitos,
Que São Pedro tenha ouvido,
Quem sabe sejam divididos,
Com outros Santos, benditos!
Quem sabe o São Francisco,
O que foi o teu Padroeiro...
Hoje, te sejas, companheiro,
Para algum verso terrunho,
Nos dando o testemunho...
Quem era o mentor sagrado,
Que viveu, aqui, ao teu lado,
Escrevendo do próprio punho.
Quem sabe nas noites calmas,
Que a lua enfeitar os campos,
Tu possas chegar ao tranco...
Repontando rimas calmas...
Para o aconchego das almas,
Que ainda choram o teu luto...
Ou que pelo vento eu escuto,
Mil anjos batendo palmas!
E daqui eu possa aplaudi-lo...
Com reverencia do Mestre...
Por tudo que aqui fizestes,
Tanto orgulho que me deu...
De olhar nos olhos dos meus,
Sabendo que habita a poesia,
Aquela que declamaste um dia,
Hoje, tu recitas para Deus!
VERSO QUE ESCREVI EM 07.08.2015 NA PARTIDA DESSE MESTRE E QUE HAVIA POSTADO NO MEU BLOG ENTRE MATES E GUITARRA.
AGORA DEIXO PARA OS SENHORES.

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