Não... não me olhas com esse teu olhar de pena,Por que a noite fria, por si só, já me condena......e a insônia, há muito, tem me condenado,
Quando vago, pela solidão, da minh'alma vazia...
Buscando temas para serem vidas, na poesia,
Andando solitário como um louco, alucinado.
E venho a aqui, para buscar algum conselho...
e me deparo com outra imagem no espelho,
...de um eu, quase sem graça, quase sem vida,
Que se alimenta da dor que em mim existe,
Para querer só me trazer os versos tristes...
Como se a vida não tivesse outra saída.
Não foste tu, que vagastes por tantas noites,
Sentindo na alma as chicoteadas dos açoites,
Tendo o peito rasgado com um punhal de aço...
Por que eu sim, sei bem o que é essa dor...
Dor dolorida de um coração rasgado de amor...
E a gente aos poucos tem que juntar os pedaços.
Então não me olhas com esse teu olhar tão vago...
Por que tu não sabes das dores que eu trago...
E tão pouco sabes que a poesia me moldou assim...
Pois quando a noite vem estender seu manto...
As estrelas, em silêncio, vêm me trazer seu canto...
E até os ventos chegam pra cantar pra mim.
Quando a chuva vem tamborilar no telhado...
Sussurrando com os seus versos inacabados...
Me levando em algum sonho viageiro...
Eu alço voo nas asas de algum condor...
Busco o silêncio das montanhas, onde o amor,
Vive no canto e na paz de algum mosteiro.
Talvez tu, que me olhas, ai desse outro lado...
...e desconhece essa grandeza de ser amado...
De ter o amor, só pelos encantos da poesia.
Talvez tu, com esse sorriso irônico, que tudo sabe,
...quem sabe, solito, nesta vida, um dia acabe...
Pois nunca saberás como é viver como eu vivia.
O frio lá de fora vem gemer na minha janela...
E eu já sinto os últimos suspiros das velas...
bocejando na boca aberta dos castiçais,
Estão, não me olhas com esse teu olhar de pena,
Por que a insônia, por si só, já me condena...
...apaga-se a luz, por que não quero te ver mais.
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