nesse frio mês de agosto...
A saudade, rondando o rancho,
e uma ânsia matraqueira...
Às vezes, brotam goteiras,
pelas rugas do meu rosto.
Nas tardes de aguaceiro,
quando o inverno nubla o pasto,
e as lidas com cordas e bastos,
se escasseiam pra o campeiro,
Eu me vejo rodando portas...
lavando a erva dos mates,
para disfarçar as saudades,
de um coração caborteiro.
quando o inverno nubla o pasto,
e as lidas com cordas e bastos,
se escasseiam pra o campeiro,
Eu me vejo rodando portas...
lavando a erva dos mates,
para disfarçar as saudades,
de um coração caborteiro.
Talvez sejam coisas da idade!
Talvez sejam dores que trago!
porque a brutalidade da lida,
foi me mostrando uma outra vida,
um outro sentido pros fatos...
E eu, que nunca fraquejei...
me vejo, hoje, sem chão...
sentindo as dores dum coração,
molhando o frio dos retratos.
Talvez sejam dores que trago!
porque a brutalidade da lida,
foi me mostrando uma outra vida,
um outro sentido pros fatos...
E eu, que nunca fraquejei...
me vejo, hoje, sem chão...
sentindo as dores dum coração,
molhando o frio dos retratos.
Por onde andas, meu filho?
nesse mundo tão sem amor,
será no frio de algum corredor...
levando as tropas sonhadas?
Sei que os filhos são do mundo,
um dia, também, deixei os Pais,
mas não pensei que doesse demais,
essas lembranças guardadas?
nesse mundo tão sem amor,
será no frio de algum corredor...
levando as tropas sonhadas?
Sei que os filhos são do mundo,
um dia, também, deixei os Pais,
mas não pensei que doesse demais,
essas lembranças guardadas?
O teu peticinho sogueiro...
que encontrou a liberdade,
passa costeando o potreiro,
até parece sentir saudade...
E o guachinho brincalhão...
que tu mesmo deste o nome,
hoje, ainda berra de fome...
não quer comer noutras mãos.
que encontrou a liberdade,
passa costeando o potreiro,
até parece sentir saudade...
E o guachinho brincalhão...
que tu mesmo deste o nome,
hoje, ainda berra de fome...
não quer comer noutras mãos.
Se os bichos sentem falta...
imagina este teu velho amigo?
quando brincava contigo...
Piazinho, chorando no colo,
tu gineteava minha perna,
olhos ariscos, arregalados,
mas de garrão bem calçado...
olhando firme pra o solo.
imagina este teu velho amigo?
quando brincava contigo...
Piazinho, chorando no colo,
tu gineteava minha perna,
olhos ariscos, arregalados,
mas de garrão bem calçado...
olhando firme pra o solo.
E depois as brincadeiras,
a tropeadas de brinquedo,
os atropelos, sem medos,
numa piticinha troteadeira,
cortamos campos e canhadas,
no rasto de bois ventenas...
e foi se tornando torena...
pelas canchas de carreiras.
O tempo passa, meu filho!
mas pro Pai tu nunca cresce,
a tua Mãe se pega em prece,
a tua avó chora escondida...
e teu velho, se faz de forte,
e até reclama com as duas,
sentindo o golpe das puas...
numa carcaça, ferida!
Os filhos quando criam asas,
alçam voos do seu destino...
buscam sonhos peregrinos,
por mundos desconhecidos,
e os Pais sufocam as dores,
no fundo de algum posto...
trazendo chuvas nos rostos,
chorando a dor, escondido.
Os teus bastos no cavalete,
o par de esporas que te dei,
os traste que já guardei...
pois sei que o tempo é outro,
Os filhos quando aplumam,
buscando primaveras floridas,
não nasceram pra esta vida,
de quebrar queixo de potro.
O tempo cobra o seu preço,
E, às vezes, não se pode pagar,
trazendo chuvas para o olhar,
deixando olhos sem brilho...
e quebra uma vidraça antiga,
que parecia, ser tão forte...
nas apunhalada de um corte,
de saudades, do meu filho!
Só peço à Deus, em prosa,
nestas horas de solidão...
entre as parede dum galpão,
mesmo não sabendo rezar,
mas sei que Deus me entende,
pois Ele é o Pai da bondade,
e essas lágrimas de saudade,
um Pai tem direito, à chorar!
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