Sei que estou de partida,
Meu tempo chegou ao fim,
E por certo vivi assim...
Entre chegadas e saídas,
Tecendo os retalhos da vida,
Com as linhas que convém,
Chuleando a coisas do bem,
Com a forma pretendida!
Semeei caminhos errantes,
Pelos trilhos da bondade...
Pra quem sabe ser saudade,
Em algum coração amante,
Que nesta sina de andante,
Sem ter pousada certa...
Deixei alguma porta aberta,
Em algum rancho distante!
Está na hora de me ir...
Pr’alguma estância no céu,
Trançar algum sovéu...
Na busca de algum sorrir,
De quem sabe que partir,
É a sina dos andejos...
Que guarda seus desejos,
Para adoçar o porvir!
Não deixo nada de herança,
Por não me apegar à matéria,
Mas não vivi na miséria...
Tenho abraços de lembrança,
E o sorriso das crianças...
Que me olhavam com gosto,
Vergando as rugas do rosto,
No perfume d’alguma trança.
Alguma camisa já puída,
Desta lida campesina...
Entregue à alguma china,
Que esteja ressentida...
Que me guardou nesta vida,
Num romance amanhecido,
Pra que não seja esquecido,
Nalguma lágrima escondida!
O velho par de rossilhonas...
As nazarenas cantandeiras,
A velha capa campeira...
A guitarra e a cordiona,
Avios de mate, a cambona,
E algum traste galponeiro...
Entregue a algum campeiro,
Ou alguma china chorona!
Me enterrem junto ao campo,
Bem no alto da coxilha...
Lá onde pasta a tropilha,
Sobre o verde deste manto,
E rezem a todos os santos,
Pra quem me arrumem morada,
Onde tenha égua aporreada,
Que nessas eu me garanto!
E se um dia nascer de novo,
- “Tomara que Deus queira”
Que seja aqui na fronteira...
Quem sabe, o mesmo povo,
Só de pensar me comovo...
Ver nos olhos dessa gente,
- Eu, um piazito inocente...
Vivendo tudo de novo!
Enquanto isso não acontece,
Vou me despedindo do mundo,
Num sentimento profundo...
Em forma de canto e prece,
Alguma boca emudece...
Entre lágrimas e pranto...
Deixo em formas de canto,
Para aquele que merece!
É apenas um inventário,
Do pouco que me resta,
Quem veio à vida, pra festa,
No velho torrão caudatário...
Fica uma cruz e um rosário,
Uma simples, circunscrição,
- “Aqui jaz o corpo pagão”...
Quem foi na vida, templário!
Entre chegadas e saídas,
Tecendo os retalhos da vida,
Com as linhas que convém,
Chuleando a coisas do bem,
Com a forma pretendida!
Semeei caminhos errantes,
Pelos trilhos da bondade...
Pra quem sabe ser saudade,
Em algum coração amante,
Que nesta sina de andante,
Sem ter pousada certa...
Deixei alguma porta aberta,
Em algum rancho distante!
Está na hora de me ir...
Pr’alguma estância no céu,
Trançar algum sovéu...
Na busca de algum sorrir,
De quem sabe que partir,
É a sina dos andejos...
Que guarda seus desejos,
Para adoçar o porvir!
Não deixo nada de herança,
Por não me apegar à matéria,
Mas não vivi na miséria...
Tenho abraços de lembrança,
E o sorriso das crianças...
Que me olhavam com gosto,
Vergando as rugas do rosto,
No perfume d’alguma trança.
Alguma camisa já puída,
Desta lida campesina...
Entregue à alguma china,
Que esteja ressentida...
Que me guardou nesta vida,
Num romance amanhecido,
Pra que não seja esquecido,
Nalguma lágrima escondida!
O velho par de rossilhonas...
As nazarenas cantandeiras,
A velha capa campeira...
A guitarra e a cordiona,
Avios de mate, a cambona,
E algum traste galponeiro...
Entregue a algum campeiro,
Ou alguma china chorona!
Me enterrem junto ao campo,
Bem no alto da coxilha...
Lá onde pasta a tropilha,
Sobre o verde deste manto,
E rezem a todos os santos,
Pra quem me arrumem morada,
Onde tenha égua aporreada,
Que nessas eu me garanto!
E se um dia nascer de novo,
- “Tomara que Deus queira”
Que seja aqui na fronteira...
Quem sabe, o mesmo povo,
Só de pensar me comovo...
Ver nos olhos dessa gente,
- Eu, um piazito inocente...
Vivendo tudo de novo!
Enquanto isso não acontece,
Vou me despedindo do mundo,
Num sentimento profundo...
Em forma de canto e prece,
Alguma boca emudece...
Entre lágrimas e pranto...
Deixo em formas de canto,
Para aquele que merece!
É apenas um inventário,
Do pouco que me resta,
Quem veio à vida, pra festa,
No velho torrão caudatário...
Fica uma cruz e um rosário,
Uma simples, circunscrição,
- “Aqui jaz o corpo pagão”...
Quem foi na vida, templário!
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