A Santa que eu tinha era outra...
...nos meus tempos de menino!
Pés descalços e calça arremangada,
Descia as alamedas empoeiradas,
Vendo ao longe o contorno nos cerros,
Ali junto a vilinha que se erguia...
Casas novas que pareciam antigas,
Casas antigas com seu jeito novo.
Na beira dos caminhos e rastros das tropas,
Os solavanco das rodas empoeiravam os meus sonhos,
- Quando arteiro subia nas figueiras velhas,
Para ver lá ao longe, nas janelas grandes...
...moças donzelas, em penteados lustrosos,
e sorrisos de dentes brancos.
Não sei porque vivi nesse tempo?
Tempo em que os Homens de panamás brancos,
...e a estica de seus ternos riscados...
se confundiam na multidão, das festas da Matriz
O Padre com seu semblante teso e voz cantada...
As viúvas com “encharpes” negros,
...vestidas de um luto que só o funeral enterra.
As missas dos domingos não terminavam mais!
O Padre nos olhava como se fossemos pecadores,
...e éramos... e ainda somos!
Meus pés pequenos ficavam menores ainda...
...num sapato preto, que meu tio usava.
A calção com tirante...a camisa engomada...
que depois da missa não via a hora de sair do prumo.
As alamedas floridas que iam até a estação.
A rua do acampamento dos tropeiros...
As águas limpas que desciam dos cerros,
...e afogavam a garganta, aquela sem o nome de Deus!
O ronco dos motores e suas buzinas roucas...
Mascates e andarilhos a ofertar seus bens...
O brique do Saldanha e enfeitar a praça...
Onde vendia-se de tudo, até o que não se tem!
A Santa que eu tinha era outra...
...nos meus tempos de menino!
Lá se foram os meus anos...
...que a calmaria do tempo roubou de mim!
Mas os olhos da saudade, que só se fecham depois da morte,
...ainda trazem suas gotas remelentas...
...castigando, na verdade, por me ver chegar ao fim!
Por que será que aquela Santa...
- que ganhou o nome de Maria, por ser tão bela,
Me deixou envelhecer para e sofrer assim...
...e me faz viver penando, com ausência dela?
E hoje, quando busco as alamedas empoeiradas,
As casas antigas com suas janelas grandes...
As moças donzelas, cabelos lustrosos e dentes brancos,
O ronco dos motores das lambretas novas,
Nada encontro... nada tenho... nada vejo!
Só tenho os olhos esbugalhados...
nas folhas amarelas, dos retratos antigos,
que ninguém quer ver...
E ainda guardo o velho terno, de linho riscado...
Um chapéu panamá, empoeirado,
Um coração, que, por solito e magoado.
Só está esperando o meu chamado,
Pra quem um dia...
...alguém, quem sabe...
...possa lembrar de mim!
...nos meus tempos de menino!
Pés descalços e calça arremangada,
Descia as alamedas empoeiradas,
Vendo ao longe o contorno nos cerros,
Ali junto a vilinha que se erguia...
Casas novas que pareciam antigas,
Casas antigas com seu jeito novo.
Na beira dos caminhos e rastros das tropas,
Os solavanco das rodas empoeiravam os meus sonhos,
- Quando arteiro subia nas figueiras velhas,
Para ver lá ao longe, nas janelas grandes...
...moças donzelas, em penteados lustrosos,
e sorrisos de dentes brancos.
Não sei porque vivi nesse tempo?
Tempo em que os Homens de panamás brancos,
...e a estica de seus ternos riscados...
se confundiam na multidão, das festas da Matriz
O Padre com seu semblante teso e voz cantada...
As viúvas com “encharpes” negros,
...vestidas de um luto que só o funeral enterra.
As missas dos domingos não terminavam mais!
O Padre nos olhava como se fossemos pecadores,
...e éramos... e ainda somos!
Meus pés pequenos ficavam menores ainda...
...num sapato preto, que meu tio usava.
A calção com tirante...a camisa engomada...
que depois da missa não via a hora de sair do prumo.
As alamedas floridas que iam até a estação.
A rua do acampamento dos tropeiros...
As águas limpas que desciam dos cerros,
...e afogavam a garganta, aquela sem o nome de Deus!
O ronco dos motores e suas buzinas roucas...
Mascates e andarilhos a ofertar seus bens...
O brique do Saldanha e enfeitar a praça...
Onde vendia-se de tudo, até o que não se tem!
A Santa que eu tinha era outra...
...nos meus tempos de menino!
Lá se foram os meus anos...
...que a calmaria do tempo roubou de mim!
Mas os olhos da saudade, que só se fecham depois da morte,
...ainda trazem suas gotas remelentas...
...castigando, na verdade, por me ver chegar ao fim!
Por que será que aquela Santa...
- que ganhou o nome de Maria, por ser tão bela,
Me deixou envelhecer para e sofrer assim...
...e me faz viver penando, com ausência dela?
E hoje, quando busco as alamedas empoeiradas,
As casas antigas com suas janelas grandes...
As moças donzelas, cabelos lustrosos e dentes brancos,
O ronco dos motores das lambretas novas,
Nada encontro... nada tenho... nada vejo!
Só tenho os olhos esbugalhados...
nas folhas amarelas, dos retratos antigos,
que ninguém quer ver...
E ainda guardo o velho terno, de linho riscado...
Um chapéu panamá, empoeirado,
Um coração, que, por solito e magoado.
Só está esperando o meu chamado,
Pra quem um dia...
...alguém, quem sabe...
...possa lembrar de mim!
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