O dia amanheceu cinzento, meio fora do normal!
Trazia a cara de sono nos olhos da madrugada,
E uma cantiga de dor, vinha no aço das esporas,
Rangidos triste das horas pelo silêncio da estrada.
O dia amanheceu cinzento, cinzento em plena cor,
E os cuscos não brincaram, como sempre foi o ritual...
O berro de um touro quebrou o silêncio e os planos,
Com um ventito minuano, descabelando o macegal.
Desde as horas do amargo, um pensamento de vinha,
Lembrei dos olhos da amada, com sorriso amanhecido,
...da maciez de suas mãos me alcançando o mate,
E do corpo quente no catre, entre sonhos divididos.
Ainda guardei no ouvido, como melodia de guitarra,
O sussurrar de uma cantiga, bordoneada de nostalgia,
E retruquei o silêncio com uma coplita redomona...
Encostando cuia e cambona pra me fazer melodia.
O dia amanheceu cinzento, meio fora do normal!
E uma angustia retrechando, apertando o coração,
Tentos e argolas de arrasto, dando voz ao pedregulho,
Vinham fazendo barulho retumbando no galpão.
Alcei a perna no mouro, assim como sempre fiz...
Que saiu trocando orelhas, quebrando a geada fria.
Rumando fundo de campo, ruflando notas ao vento,
E espantando o pensamento, por começar o meu dia.
Costeei a volta do mato, depois da picada grande,
...um coxilhão de trevais, uma sanga de pedras mouras...
...o varzedo da divisa, uma baixada e um capão...
...e logo mais um lagoão, um descampado de vassoura,
Um lote de vacas pampas pastando no serrilhado,
Um lote de bois colorados, ali na outra invernada,
Vacas de cria, amojadas e outras só pra o descarte,
Iam pastando aparte, no outro lado da estrada.
Meu peito trazia angústias pelo silêncio das horas,
Nem a cantiga da espora, era acalanto pra alma,
Nem o acôo dos cuscos no voo d’alguma perdiz...
...nada parecia feliz, naquela quietude e a calma.
Mas a vida traz coisas que jamais serão escritas,
Frases que não são ditas, por certo nunca se lê...
E a calmaria vira angústia e o silêncio se justifica...
...e o que o tempo explica, quanto está para acontecer.
Um zebu, aspas de lua, costeia à cerca da divisa,
Tenteando fazer costado as vacas pampas da invernada,
E outro Pampa valente retrucando a sua bravura...
Vem machucando a planura, sem s’importar com mais nada.
Olhei a cena ao longito: o zebu tenteando a esgrima,
...como se trama e palanque não tivessem serventia,
E o Pampa, escarvando berra, mostrava armas de guerra,
...como se campo e terra fosse a razão do que via.
Meti a espora no mouro como quem chama pra lida,
E aticei dois coleiras, indo de encontro com o touro,
Mas o zebu na sua ânsia de ser o dono do rodeio,
Não se importou com o reio, nem co’a presença do mouro.
Berrando como patrono, de um trono que não é seu,
Se botou na cachorrada pegando no mesmo embalo...
E veio de encontro ao mouro com suas aspas de lua,
Ponteando como duas puas, nas paletas do meu cavalo.
Foi um estrondo e um berro, acordando a manhã vazia,
E aquele sangue que escorria pelas aspas do touro...
A cachorrada garroneando e um maula ali acossado,
Vendo um taura estirado sobre o corpo do mouro.
Não houve esforço pra’o mouro, pois pressentiu o seu fim,
Estirado sobre o capim, olhando assim a-lo-léu...
Fechando os olhos lentamente, como a buscar oração,
Porque entre a cerração, nem via o azul do céu!
Trazia a cara de sono nos olhos da madrugada,
E uma cantiga de dor, vinha no aço das esporas,
Rangidos triste das horas pelo silêncio da estrada.
O dia amanheceu cinzento, cinzento em plena cor,
E os cuscos não brincaram, como sempre foi o ritual...
O berro de um touro quebrou o silêncio e os planos,
Com um ventito minuano, descabelando o macegal.
Desde as horas do amargo, um pensamento de vinha,
Lembrei dos olhos da amada, com sorriso amanhecido,
...da maciez de suas mãos me alcançando o mate,
E do corpo quente no catre, entre sonhos divididos.
Ainda guardei no ouvido, como melodia de guitarra,
O sussurrar de uma cantiga, bordoneada de nostalgia,
E retruquei o silêncio com uma coplita redomona...
Encostando cuia e cambona pra me fazer melodia.
O dia amanheceu cinzento, meio fora do normal!
E uma angustia retrechando, apertando o coração,
Tentos e argolas de arrasto, dando voz ao pedregulho,
Vinham fazendo barulho retumbando no galpão.
Alcei a perna no mouro, assim como sempre fiz...
Que saiu trocando orelhas, quebrando a geada fria.
Rumando fundo de campo, ruflando notas ao vento,
E espantando o pensamento, por começar o meu dia.
Costeei a volta do mato, depois da picada grande,
...um coxilhão de trevais, uma sanga de pedras mouras...
...o varzedo da divisa, uma baixada e um capão...
...e logo mais um lagoão, um descampado de vassoura,
Um lote de vacas pampas pastando no serrilhado,
Um lote de bois colorados, ali na outra invernada,
Vacas de cria, amojadas e outras só pra o descarte,
Iam pastando aparte, no outro lado da estrada.
Meu peito trazia angústias pelo silêncio das horas,
Nem a cantiga da espora, era acalanto pra alma,
Nem o acôo dos cuscos no voo d’alguma perdiz...
...nada parecia feliz, naquela quietude e a calma.
Mas a vida traz coisas que jamais serão escritas,
Frases que não são ditas, por certo nunca se lê...
E a calmaria vira angústia e o silêncio se justifica...
...e o que o tempo explica, quanto está para acontecer.
Um zebu, aspas de lua, costeia à cerca da divisa,
Tenteando fazer costado as vacas pampas da invernada,
E outro Pampa valente retrucando a sua bravura...
Vem machucando a planura, sem s’importar com mais nada.
Olhei a cena ao longito: o zebu tenteando a esgrima,
...como se trama e palanque não tivessem serventia,
E o Pampa, escarvando berra, mostrava armas de guerra,
...como se campo e terra fosse a razão do que via.
Meti a espora no mouro como quem chama pra lida,
E aticei dois coleiras, indo de encontro com o touro,
Mas o zebu na sua ânsia de ser o dono do rodeio,
Não se importou com o reio, nem co’a presença do mouro.
Berrando como patrono, de um trono que não é seu,
Se botou na cachorrada pegando no mesmo embalo...
E veio de encontro ao mouro com suas aspas de lua,
Ponteando como duas puas, nas paletas do meu cavalo.
Foi um estrondo e um berro, acordando a manhã vazia,
E aquele sangue que escorria pelas aspas do touro...
A cachorrada garroneando e um maula ali acossado,
Vendo um taura estirado sobre o corpo do mouro.
Não houve esforço pra’o mouro, pois pressentiu o seu fim,
Estirado sobre o capim, olhando assim a-lo-léu...
Fechando os olhos lentamente, como a buscar oração,
Porque entre a cerração, nem via o azul do céu!
Não há dor mais triste, ter que sangrar um amigo...
Mas a lida tem perigos que a gente jamais imagina,
...talvez sejam as lições que só com tempo se aprende,
Encarar um touro de frente, bem ali na hora da esgrima.
O touro ganhou o mato a grito e dente de cusco,
E eu fiquei com o susto, mas com a vida por certo,
...como um balaço no peito, ardendo à sina dos malos,
Ter que sangrar um cavalo, num funeral em campo aberto!
Mas a lida tem perigos que a gente jamais imagina,
...talvez sejam as lições que só com tempo se aprende,
Encarar um touro de frente, bem ali na hora da esgrima.
O touro ganhou o mato a grito e dente de cusco,
E eu fiquei com o susto, mas com a vida por certo,
...como um balaço no peito, ardendo à sina dos malos,
Ter que sangrar um cavalo, num funeral em campo aberto!
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